domingo, 5 de setembro de 2010

Mais oito anos - Sassá Mutema e Tiririca




Dilma é nossa presidente. Ou seria presidenta? Pouco importa. A verdade é que a popularidade conquistada por Lula na sua desenfreada compra de votos ao custo do bolsa família e muitos concursos públicos, foi suficiente para eleger uma porta. “Ah, mas a eleição só acontece no dia 03 de Outubro, como pode afirmar isso?” Afirmaria mesmo que o candidato de Lula fosse o Tiririca, daria na mesma.

Seus defensores certamente não estarão lendo este texto daqui em diante, pois este é o perfil de quem admira nosso molusco. Eles adoram tapar o sol com a peneira e só enxergam o que lhes interessam.

Comecei a acompanhar política nas eleições de 1989. Lembro que fiquei anotando os resultados parciais de apuração em papéis de rascunho até a vitória de Collor ser anunciada. De lá pra cá me acostumei a ser situação, pois apesar do episódio da poupança e dos desvios de verba, Collor fez coisas importantes, pena que era meio louco e podre demais para dar sequência. De Itamar até 2002 o país se estruturou, apesar de todas as crises internacionais que atravessou e entregou tudo pronto para Lula. Desde então está sendo um saco ser oposição. Ultimamente alcançou um ponto inacreditável, pessoas que compartilham das minhas idéias estão com vergonha de se manifestar em público de tão minoria que se tornaram. Triste demais. Lula deixará o palácio como um legítimo rei, supremo, absoluto, perfeito, um verdadeiro Sassá Mutema.

Não vou reclamar de episódios envolvendo desvios de verba, mensalões, etc, porque em todo governo sempre existiu e sempre existirá. O que me irrita é a pose de santo, o mapeamento político de empresas e instituições, o aproveitamento do super favorável momento econômico mundial como pano de fundo para o crescimento da economia (não estou falando de 2009, claro), exposição do Brasil ao ridículo com as gafes internacionais (custava aprender inglês nesses oito anos?). Pergunta para o Eike se ele teria coragem de fazer uma negociação internacional através de um intérprete. Sim, o país deveria ser tratado como uma empresa, sempre.

Não sou oposição só de pirraça, votei no Lula em 2001, só no primeiro turno, mas votei. Escrevo isso tudo porque realmente acredito que ele não fez praticamente nada que prestasse em dois mandatos para ser venerado como é hoje. Como se não bastasse ganhou poderes para eleger essa senhora que não sabe nem falar em público.

Bola pra frente, tenho mais oito anos para reclamar das besteiras que eles certamente farão e torcer para que a atual oposição se reinvente e consiga tirar essa corja de lá, ou seja, minha próxima chance se virar situação só virá quando estiver com 41 anos. Meus filhos estarão se preparando para viver em um país endividado até o pescoço e convivendo com um governo tão real quanto a foto lá de cima.

8 comentários:

Christofer Magalhães Castro disse...

É por isso que eu sou um chato de galochas,falo o que penso e quem não quiser ler/ouvir é só cascar fora.
Sendo assim, vou filtrando as pessoas que comungam com minhas ideias e rechaçando aquelas que trollam em detrimento à uma discussão saudável e construtiva.

Nos, a nova oposição temos que sair do armário mesmo. Mesmo porque não estamos acostumados a ser oposição, rs
Bacana o texto.

glaucia disse...

Li e gostei e por isso dei RT
mas...
Nao Over, 8 anos nao!!!! Pelo amor... vamos acreditar que Aecio em 2014 fara a diferença!!!

@glaucialim

Karol Pereira disse...

Olá!Concordo totalmente com você! Também sou da oposição e falo para quem quiser... Acho que só assim poderemos revolucionar a política brasileira. E infelizmente,conforme as pesquisas,Dilma ganhará a eleição, dando continuidade a esse governo vergonhoso! Lamentavelmente,as pessoas não querem abrir os olhos,muito menos a mente né?
Parabéns pelo blog!
http://transformandoereinventandoomundo.blogspot.com/

Rodrigo Lamim disse...

Obrigado Karol. Gostei do seu blog tb.
Isso mesmo, eles ignoram a realidade, é impressionante.
Mas uma hora nós daremos a volta por cima, vamos aguardar :)

zubreu disse...

Salve, Rodrigo!
acho que vc tocou num ponto importante e que é pouco discutido nos debates sobre as mentiras que soltam de todos os lados (e que, novelescamente, entram todos em torcida).
E é justamente um ponto onde discordo da política do PSDB: o Estado tratado como empresa. Os dois têm objetivos completamente diferentes: as empresas nascem para obter lucro; pra isso, são criadas! Já o estado não tem compromisso fundamental com o lucro e, sim, com o cidadão. São dois âmbitos que distam logo na concepção.
Usar algumas ferramentas empresariais para administrar o Estado é evolução administrativa. Já tratá-lo como uma empresa é desviar completamente a função primordial de servir ao cidadão.

Rodrigo Lamim disse...

Zubreu, concordo com vc, "Usar algumas ferramentas empresariais para administrar o Estado é evolução administrativa". E é disso que eu estou falando, como por exemplo, ter metas/objetivos bem traçados. Um Estado com lucro é um Estado superavitário, e isso é ótimo, é dinheiro para investir. O problema é que o político ordinário (literal) rouba o lucro. Mas a lógica seria esta, tratar como uma empresa para cortar custos e sobrar dinheiro para investir em prol da população (que são os acionistas do Estado).

O que não dá, é colocar um monte de imbecil em cargo técnico, só porque foi prometido na campanha e o governante precisa do apoio do partido do imbecil pra governar....aí desanda tudo :)

Abraço,
Rodrigo.

zubreu disse...

assino embaixo! a minha crítica ao modelo de gestão atual (em minas) é a forma como as ferramentas são usadas; com filosofia empresarial: cúpula privilegiada e descaso com a desigualdade social. vou citar dois exemplos: enquanto eu estava no estado (nesta administração) o funcionalismo que recebia até 1500 reais teve aumento de até 16%. Cargos acima de 2400, tiveram alta entre 50 e 150%. O outro é a respeito do professorado: Minas tem a maior folha de professores e, portanto, poder de regular o salário da categoria no estado, mas o governo finalizou a negociação salarial de forma bruta e sem concessões (algumas professoras que trabalham todos os dias recebem até 700 reais). Foi um crime!
No quesito que concordamos, acho que nosso estado está na frente dos demais no país, porém, outra forma de manter as contas do estado em dia seria criar uma faixa mais homogênea de salários(menor diferença entre o mais alto e o mais baixo salário)para o funcionalismo; e deslocar a tributação da população C, D e E para classes A, B e grandes empresas (ex. Minas não tributa exportação de minério nem obriga que haja qualquer manufatura do mesmo aqui dentro pra gerar mais recursos). Mas aí, já é mexer na grana de quem financia campanha.
Hei de confessar, sou neo-liberal de coração pós comunista: acredito mais na administração PSDB, mas creio ser mais importante pro país diminuir a desigualdade social; nesse aspecto, a política do PT, ainda que atrasada em diversos pontos, sabe mais.
Dá pra juntar os dois, administração de um e política social do outro?

Rodrigo Lamim disse...

Ah, pois é. De forma genérica, o ideal é sempre o equilíbrio né. Pena que na política sempre tem lados extremamente opostos. Quem sabe um dia evoluímos para este sonhado equilibrio.

Abraço,
Rodrigo,