terça-feira, 28 de outubro de 2008

Uma visão técnica sobre a crise econômica

O jornalista Lauro Jardim, que edita a coluna "Radar on-line" da revista Veja, trouxe hoje em seu site um artigo muito interessante sobre a atual crise. É uma visão interessante que foge das explicações superficiais dadas pelos telejornais e demais noticiários voltados para a massa.
Abaixo posto cópia integral do citado artigo para que fique clara a fonte da informação do Lauro.
O texto é um pouco técnico devido a sua fonte. Quem quiser maiores explicações, basta me escrever.

Segue o artigo:


"Na sexta-feira, Octavio de Barros, diretor do departamento de pesquisas econômicas do Bradesco, preparou um documento interno, destinado aos executivos do banco, em que analisa a crise. Levou o título de "Sobre a crise atual e suas implicações". Vale ler alguns trechos selecionados:

*Os mercados ingressaram em uma rota de irracionalidade absoluta, dentro do que Keynes na sua Teoria Geral chamava de "armadilha pela liquidez". Por mais que a preferência pela liquidez seja uma resposta racional à incerteza, o que estamos assistindo agora não está nos livros-texto e nos manuais. Estamos assistindo fora do Brasil uma "busca desenfreada por cofre". Os agentes líquidos buscam cofres pelo mundo afora e o cofre mais procurado neste momento é o Fort Knox (títulos do Tesouro dos Estados Unidos).

*A desalavancagem global de todos os ativos que observamos hoje traduz um cenário que vai além da recessão global: sugere um ambiente que caminharia para a depressão.

*O previsível processo de desalavancagem que já estava considerado por todos os economistas do mundo parece ir muito além do razoável. Neste contexto, mesmo inconcluso o ajuste externo dos Estados Unidos, o dólar se valoriza fortemente no mundo (fuga para a qualidade), jogando preços de commodities para baixo e desvalorizando moedas dos emergentes produtores desses bens como o Brasil.

*Tão logo a aversão absoluta ao risco vá se dissipando (infelizmente não sabemos quando), os atores globais irão em busca de boas oportunidades diante de ativos barateados pela crise. Temos a intuição de que os ativos ficaram muito baratos em vários países e que há inequívocas distorções nos preços dos ativos.

*Em resumo, mesmo não sendo nenhum alento, parece igualmente intuitivo que no "dia seguinte" à crise, o Brasil se habilita como um dos países com o mais diversificado leque de oportunidades de negócios com grande potencial de crescimento. Afinal, essa crise pegou o Brasil em bem melhor forma do que esteve no passado em episódios similares.

*O Brasil tem tudo para sair relativamente bem desse dramático episódio de crise sistêmica. Poderemos crescer em torno de 3% no ano que vem e com boas perspectivas de crescer 4% no ano seguinte. O mundo crescerá menos: algo apenas acima de 2% em 2009. As novas locomotivas da economia mundial (os BRICs e outros emergentes) continuarão ganhando market share no PIB mundial."

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A resposta sobre a compra dos 108 ternos

Lembra do e-mail que enviei para o Vice-presidente, questionando quando e onde ele usaria os 108 ternos que mandou comprar?
Pois é, recebi a resposta hoje....parece piada, mas infelizmente não é. Leia você mesmo:

"Prezado Rodrigo,


A Controladoria-Geral da União acredita que o Estado deve aperfeiçoar e fortalecer continuamente os seus mecanismos de prevenção e combate à corrupção. No Brasil, devido às suas dimensões e à complexidade político-social dos mais de cinco mil municípios existentes, é indispensável o fomento permanente à participação social, a fim de que os cidadãos assumam o controle dos gastos públicos e a condição de co-autores da gestão pública.

Por isso, a CGU criou o Programa Olho Vivo no Dinheiro Público. O objetivo é fazer com que o cidadão, no município, atue para a melhor aplicação dos recursos públicos. Com a iniciativa, a CGU busca sensibilizar e orientar conselheiros municipais, lideranças locais, agentes públicos municipais, professores e alunos sobre a importância da transparência na administração pública, da responsabilização e do cumprimento dos dispositivos legais.

Caso seja de seu interesse manter-se informado sobre os cursos oferecidos pela CGU visando o fomento ao controle social, favor acessar o link abaixo e realizar o seu cadastro. Assim, você passará a receber em seu endereço eletrônico as datas e demais informações sobre nossas atividades.

http://www.cgu.gov.br/olhovivo/Acoes/EducacaoADistancia/index.asp

Atenciosamente,

CGU

Gerência de Fomento ao Fortalecimento da Gestão e Controle Social"

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Não tem jeito, está tudo conectado

Para aqueles que ainda acham que o Brasil, por estar com uma economia forte e sólida, está imune a uma grande crise externa, olha esta notícia publicada no Radar On-line da Veja:

"Os grandes bancos brasileiros, especialmente aqueles que atuam no mercado de Crédito Direto ao Consumidor, suspenderam hoje toda e qualquer operação de empréstimo pessoal ou financiamento. Entre eles, Itaú, Bradesco e Unibanco. A razão da suspensão não é falta de liquidez. Os bancos não sabem quanto cobrar do tomador do empréstimo ou financiamento. Até segunda ordem, está tudo parado.
O banco Panamericano, do grupo Silvio Santos, deixou de operar com crédito consignado desde a semana passada."

Quem deixou para comprar carro e apartamento mais tarde, pode não ter mais as mesmas oportunidades que 2008 ofereceu. Vamos torcer para eu estar errado.